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estão a afetar a nossa saúde mental Quando o mundo está de pernas para o ar e a esperança ameaça não ser a última a morrer, o nosso bem-estar psicológico sofre as consequências. E se não estivermos bem com nós mesmos, não conseguiremos estar bem em nenhuma faceta da nossa vida. om uma mão seguramos as 12 passas, com a outra seguramos o copo de champanhe. A tradição repete-se: fazemos a contagem de- A MINHA SAÚDE & BEM-ESTAR crescente para o Ano Novo desejando que os próximos 365 dias tragam felicidade e suces so. Mas o tempo não volta à estaca zero quan- do passamos 31 de dezembro para 1 de janei- ro. Quando chega a meia-noite, na realidade, nada muda. O ano até pode ter mudado no calendário, mas os problemas permanecem. Só em 2022, o mundo assistiu ao rebentar da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, seguindo- -se uma crise energética e inflação recorde. E se, no verão, Portugal passou pela maior seca dos últimos 100 anos, as alterações cli- máticas voltaram a fazer-se sentir, desta vez na forma de cheias que desalojaram dezenas de pessoas no outono. Presenciar estes acontecimentos direta ou indiretamente apenas dois anos depois do início da pandemia tem inevitáveis efeitos sobre a nossa saúde mental, explica Helena Martins. “A sensação de instabilidade, o medo de que a situação possa ainda piorare a cons tatação de que não se consegue fazer face às despesas do dia a dia contribui muito para o agravamento das dificuldades de saúde men. tal e pode conduzir ao desenvolvimento de patologia mental”, avança a psicóloga. Estes sentimentos tornam-se mais presentes quanto maior for “a exposição a notícias de carácter negativo”, diz Helena Martins, que já nota nas suas consultas que “a esperança de tempos melhores é colocada em causa”. Da mesma forma, no consultório de Ricardo
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