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Folheto atual El Corte Inglés - Válido de 01.03 até 30.04 - Página nº 10

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Folheto El Corte Inglés 01.03.2023 - 30.04.2023
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MAGAZINE Lisboa conferências SOCIEDADE Duelos Assíncronos por Fernando Rosas e Jaime Nogueira Pinto coordenação e moderação José Reis Santos 15 E 22 MARÇO / 19 E 26 ABRIL — 18H30 / SALA A CLISBOA — PISO 6 1.º Diálogo entre Afonso Costa e Sidónio Pais sobre a | República 15 MARÇO 18H30 - FERNANDO ROSAS 22 MARÇO 18H30 - JAIME NOGUEIRA PINTO O nosso primeiro duelo será sobre a | República, apresentada sob uma leitura contextualizada do que foram os arcos de intervenção de Afonso Costa e Sidónio Pais, peças-chave desses 16 anos bastamente memorializados (1910 — 1926). Os protagonistas escolhidos são ambos fundadores de dois regimes políticos portugueses (Repú- blica Parlamentar e República Presidencialista), ambos pedagogos publico-sociais com intenções reformistas no que respeita à educação cívica do povo português. Afonso Costa durante a Monar- quia Constitucional a advogar (e fundar) uma | República laica e parlamentar; e Sidónio Pais como uma das principais fontes de inspiração do Estado Novo e precursor de um modelo protocor- porativista de índole presidencial. A nossa proposta pretende, com o privilégio da interpretação dos nossos convidados, seguir estes indivíduos-chave, entender as circunstân- cias e evolução das suas decisões e intervenções públicas, bem como o impacto dinâmico das mesmas — e sua interpretação e memorialização. Afonso Costa, socialista integral, defensor de uma visão laica, parlamentar e positivista do país e da tido como um dos (senão “o") pai da | República. Já Sidónio Pais, cujo golpe de Estado de 5 - 8 Dezembro de 1917 exoneraria a União Sagrada do próprio Afonso Costa da liderança do governo, procurará instaurar uma “Nova Repúbli- ca" de forte incidência presidencialista de modelo centrado no executivo (e não no parlamento) e de representação corporativa, parente próximo do Estado Novo. Neste sentido, o duelo que vos propomos preten- de auxiliar a compreensão sobre um importante momento da nossa contemporaneidade, seguido através de dois dos seus principais protagonistas, com ampla influência no Portugal moderno. Ire- MAGAZINE CULTURAL 'mos para esse efeito debater com os nossos con- vidados até onde se estendem essas influências, como são vistos e reinterpretados Afonso Costa e Sidónio Pais, e as suas repúblicas. Procuraremos também dar algumas respostas e contextos sobre o que representaram as propostas políticas e os desenhos societais que ambos procuraram regis- tar, que pontos de contacto e de antagonismo en- carretavam, como entendiam as responsabilida- des de educar e construir um conjunto de novos cidadãos preparados para a actividade política activa, e que lastros deixaram estes processos na nossa memória colectiva. Em suma, pretendemos confrontar, decifrar e contextualizar - com visões diferentes e em duelo informado - o legado e a memória do período republicano à luz da nossa contemporaneidade e respectiva polarizas dotando e capacitando a nossa audiência de mais mecanismos e ferramentas da sua compreensão. 2.º Diálogo Policromado de Abril 19 ABRIL 18H30 - JAIME NOGUEIRA PINTO 26 ABRIL 18H30 - FERNANDO ROSAS Pela energia, intensidade e polarização do momento histórico do 25 de Abril, é-nos difícil ofe- recer um par de personagens apenas que nelas concentrem, como na República, todo um período. Não significa isto que estejamos perante uma época com ausência de combate ou sem prota- gonistas, antes pelo contrário. Se algo simboliza Abril é a sua pluralidade de carácter e perso- nagens, a flutuante definição de “barricadas” e o intenso dinamismo e drama a ele associado, pelo menos até o 25 de Novembro de 1975, ou se preferirem até à aprovação da Constituição de '76 (abril de 1976). O encontro e encaixe de personagens é, neste sentido, flutuante e plural, um novelo longo condizente com a luta pelo protagonismo, pelo desenho institucional do novo país e pelo contro lo das rédeas do tempo. Portugal, recordamos, em 74-15 foi um verdadeiro país das maravilhas, re- pleto de espelhos caleidoscópicos e suas miríades coloridas de realidades sobrepostas. Sem nunca termos sabido ao certo o que as nossa Alices tomavam, muitos se pavoneavam neste palco de carrossel de biombos embaciados, alguns verda- deiras marionetes sem pejo para esconderem os arames e armações de alcance e grossura variada, condizentes com a distância aferida dos camaro- tes dos seus mestres estrangeirados em relação ao plateau nacional. É-nos assim difícil replicar o exercício da | República, onde a simplicidade analítica apresentada nos possibilita um confron- to entre “esquerda” e “direita”, e respectivas visões representadas por Afonso Costa e Sidónio País. Não se simplifica assim Abril. Assim, se durante os primeiros momentos desse nosso dia inicial inteiro e limpo podemos identifi- carno duelo entre Marcello Caetano e Salgueiro Maia o confronto definidor dessa madrugada por que tantos esperavam, rapidamente este dueto convidaria várias personagens a assolarem o palco, a começar pelo cérebro operacional do golpe de Estado em curso (Otelo Saraiva de Carvalho), seguido pelo superior hierárquico dos revoltosos, chamado ao largo do Carmo por Caetano para que o poder não ficasse na rua, António de Spínola, não esquecendo o mar de gente que em Lisboa se associou às movimentações militares com voz e corpo próprio. Os meses que se seguiram desmultiplicariam o conjunto de actores em cena, bem como o número de eventos significativos, lutas pelo domínio do processo de transição, e respetivos duelos. Dificul- taa definição deste conflito permanente a natu- reza dos confrontos, pois se alguns apresentavam características de duelos pessoais, ou políticos e ideológicos, outros tinham atributos institucio- nais ou organizativos de alcance e interferência nacional, colonial e internacional. Ora devido à dificuldade de transpor tamanha aceleração partilhada, verificada no comportamento de indivíduos, partidos, sindicatos, governo, parla- mentares, diplomatas, movimentos de libertação, movimentos populares, estudantis e obreiros,

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MAGAZINE Lisboa conferências SOCIEDADE Duelos Assíncronos por Fernando Rosas e Jaime Nogueira Pinto coordenação e moderação José Reis Santos 15 E 22 MARÇO / 19 E 26 ABRIL — 18H30 / SALA A CLISBOA — PISO 6 1.º Diálogo entre Afonso Costa e Sidónio Pais sobre a | República 15 MARÇO 18H30 - FERNANDO ROSAS 22 MARÇO 18H30 - JAIME NOGUEIRA PINTO O nosso primeiro duelo será sobre a | República, apresentada sob uma leitura contextualizada do que foram os arcos de intervenção de Afonso Costa e Sidónio Pais, peças-chave desses 16 anos bastamente memorializados (1910 — 1926). Os protagonistas escolhidos são ambos fundadores de dois regimes políticos portugueses (Repú- blica Parlamentar e República Presidencialista), ambos pedagogos publico-sociais com intenções reformistas no que respeita à educação cívica do povo português. Afonso Costa durante a Monar- quia Constitucional a advogar (e fundar) uma | República laica e parlamentar; e Sidónio Pais como uma das principais fontes de inspiração do Estado Novo e precursor de um modelo protocor- porativista de índole presidencial. A nossa proposta pretende, com o privilégio da interpretação dos nossos convidados, seguir estes indivíduos-chave, entender as circunstân- cias e evolução das suas decisões e intervenções públicas, bem como o impacto dinâmico das mesmas — e sua interpretação e memorialização. Afonso Costa, socialista integral, defensor de uma visão laica, parlamentar e positivista do país e da tido como um dos (senão “o") pai da | República. Já Sidónio Pais, cujo golpe de Estado de 5 - 8 Dezembro de 1917 exoneraria a União Sagrada do próprio Afonso Costa da liderança do governo, procurará instaurar uma “Nova Repúbli- ca" de forte incidência presidencialista de modelo centrado no executivo (e não no parlamento) e de representação corporativa, parente próximo do Estado Novo. Neste sentido, o duelo que vos propomos preten- de auxiliar a compreensão sobre um importante momento da nossa contemporaneidade, seguido através de dois dos seus principais protagonistas, com ampla influência no Portugal moderno. Ire- MAGAZINE CULTURAL 'mos para esse efeito debater com os nossos con- vidados até onde se estendem essas influências, como são vistos e reinterpretados Afonso Costa e Sidónio Pais, e as suas repúblicas. Procuraremos também dar algumas respostas e contextos sobre o que representaram as propostas políticas e os desenhos societais que ambos procuraram regis- tar, que pontos de contacto e de antagonismo en- carretavam, como entendiam as responsabilida- des de educar e construir um conjunto de novos cidadãos preparados para a actividade política activa, e que lastros deixaram estes processos na nossa memória colectiva. Em suma, pretendemos confrontar, decifrar e contextualizar - com visões diferentes e em duelo informado - o legado e a memória do período republicano à luz da nossa contemporaneidade e respectiva polarizas dotando e capacitando a nossa audiência de mais mecanismos e ferramentas da sua compreensão. 2.º Diálogo Policromado de Abril 19 ABRIL 18H30 - JAIME NOGUEIRA PINTO 26 ABRIL 18H30 - FERNANDO ROSAS Pela energia, intensidade e polarização do momento histórico do 25 de Abril, é-nos difícil ofe- recer um par de personagens apenas que nelas concentrem, como na República, todo um período. Não significa isto que estejamos perante uma época com ausência de combate ou sem prota- gonistas, antes pelo contrário. Se algo simboliza Abril é a sua pluralidade de carácter e perso- nagens, a flutuante definição de “barricadas” e o intenso dinamismo e drama a ele associado, pelo menos até o 25 de Novembro de 1975, ou se preferirem até à aprovação da Constituição de '76 (abril de 1976). O encontro e encaixe de personagens é, neste sentido, flutuante e plural, um novelo longo condizente com a luta pelo protagonismo, pelo desenho institucional do novo país e pelo contro lo das rédeas do tempo. Portugal, recordamos, em 74-15 foi um verdadeiro país das maravilhas, re- pleto de espelhos caleidoscópicos e suas miríades coloridas de realidades sobrepostas. Sem nunca termos sabido ao certo o que as nossa Alices tomavam, muitos se pavoneavam neste palco de carrossel de biombos embaciados, alguns verda- deiras marionetes sem pejo para esconderem os arames e armações de alcance e grossura variada, condizentes com a distância aferida dos camaro- tes dos seus mestres estrangeirados em relação ao plateau nacional. É-nos assim difícil replicar o exercício da | República, onde a simplicidade analítica apresentada nos possibilita um confron- to entre “esquerda” e “direita”, e respectivas visões representadas por Afonso Costa e Sidónio País. Não se simplifica assim Abril. Assim, se durante os primeiros momentos desse nosso dia inicial inteiro e limpo podemos identifi- carno duelo entre Marcello Caetano e Salgueiro Maia o confronto definidor dessa madrugada por que tantos esperavam, rapidamente este dueto convidaria várias personagens a assolarem o palco, a começar pelo cérebro operacional do golpe de Estado em curso (Otelo Saraiva de Carvalho), seguido pelo superior hierárquico dos revoltosos, chamado ao largo do Carmo por Caetano para que o poder não ficasse na rua, António de Spínola, não esquecendo o mar de gente que em Lisboa se associou às movimentações militares com voz e corpo próprio. Os meses que se seguiram desmultiplicariam o conjunto de actores em cena, bem como o número de eventos significativos, lutas pelo domínio do processo de transição, e respetivos duelos. Dificul- taa definição deste conflito permanente a natu- reza dos confrontos, pois se alguns apresentavam características de duelos pessoais, ou políticos e ideológicos, outros tinham atributos institucio- nais ou organizativos de alcance e interferência nacional, colonial e internacional. Ora devido à dificuldade de transpor tamanha aceleração partilhada, verificada no comportamento de indivíduos, partidos, sindicatos, governo, parla- mentares, diplomatas, movimentos de libertação, movimentos populares, estudantis e obreiros,

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